A AIMM foi convidada para ser o parceiro português nesta Expedição SnotBot da Ocean Alliance, uma ONG com a missão de proteger as baleias e seu ambiente natural. Parte da equipa da AIMM deslocou-se à ilha do Faial, nos Açores, para estudar uma população de cachalotes. Com a ajuda da equipe do SnotBot, esperamos recolher o máximo de amostras de sopro de várias espécies. Esta expedição conta com a ajuda da OceanX.
Investigação realizada com licença científica portuguesa do Governo dos Açores: LMAS-DRAM/2021/ 07.
Descobre mais acerca da Ocean Alliance e do seu projecto SnotBot: www.whale.org
Participar numa expedição Snotbot é a realização de um sonho!
É meio-dia de 28 de Junho de 2021 e estamos no oceano Atlântico a 12 milhas a sul do Faial.
Acabámos de recolher uma amostra de uma baleia de Bryde – a terceira espécie avistada nesta expedição! O drone aterrou em segurança no convés, as caixas de petri são retiradas do drone e cuidadosamente levadas para o interior do barco. “Excellent work!” ouve-se ecoar a bordo. É difícil conter um sorriso neste momento! “Keep going with the whale!” grita o Dr. Iain Kerr da proa do barco. “Let’s try to collect another blow!” Já há poucas espécies de baleias de barbas de que a Ocean Alliance não tenha recolhido amostras com o SnotBot e esta foi a terceira espécie nova em apenas 4 dias de expedição.
Há dois anos, quando primeiro falámos com os nossos colegas da Ocean Alliance em organizar uma expedição nos Açores, estava longe de imaginar que este dia ia chegar. Quando em 2012, numa conferência, ouvi falar do uso de drones com mamíferos marinhos, jamais imaginei que eu próprio me tornaria num piloto e que um dia iria recolher o sopro de uma baleia para as poder estudar e assim proteger melhor o oceano.
Esta é a 15.ª Expedição SnotBot da Ocean Alliance, este ano em parceria com a AIMM, está a decorrer até dia 8 de julho nos Açores. O objectivo desta expedição é testar se é possível recolher amostras de sopros de cachalotes com recurso a drones. Adicionalmente, queremos provar que estas amostras podem ser usadas, por exemplo, para estudos genéticos ou de hormonas. Esta técnica vem substituir recolha de sopros com vara (bastante complicado) ou a necessidade de recolher biópsias, uma técnica usada há décadas pela ciência, mas que é muito mais invasiva para os animais.
Este é apenas o quarto dia de expedição e no final deste dia já teremos mais amostras do que esperávamos! Provámos que é possível recolher sopros de cachalotes com drones e, até agora, não observámos nenhuma reacção evasiva dos animais, apenas algumas reacções de curiosidade do animal com o drone.
Graças à visão da Ocean Alliance e do Dr. Iain Kerr a investigação com mamíferos marinhos está a mudar! Possivelmente nunca mais teremos de magoar um animal para lhe retirar uma amostra de pele ou gordura para determinar o seu sexo ou saber se está contaminado com poluentes. O Snotbot é uma nova metodologia, que até este dia foi testada em 9 espécies de cetáceos diferentes. Revolucionou muito positivamente a investigação marinha e consegue salvaguardar o bem-estar do animal.
A nível pessoal e profissional organizar e participar numa expedição destas é um sonho tornado realidade! Certamente que os Açores não são o sítio mais remoto do nosso planeta, mas este é talvez o melhor sítio da Europa para trabalhar com mamíferos marinhos. Hoje avistámos uma baleia de Bryde, chachalotes, um grupo de falsas orcas e outro de baleias piloto. E se não estivéssemos completamente focados na espécie-alvo desta expedição, o cachalote, certamente teríamos avistado mais espécies!
O que nos reserva o dia de amanhã?
– André Cid, Investigador
Apresentamos-te o vídeo The Rundown da Expedição aos Açores, onde podes ver imagens nunca antes vistas destes dias no mar e também podes avistar algumas baleias!
Expedição realizada com a ajuda da Ocean X.