Os drones, também conhecidos como veículos aéreos não tripulados, estão cada vez mais a ajudar ao avanço tecnológico da investigação de cetáceos.
Tradicionalmente, o estudo de cetáceos é realizado através de saídas de mar e, por vezes, através de observação terrestre, o que tem as suas limitações em termos de cobertura e precisão.
A tecnologia dos drones transformou a forma como os investigadores observam e estudam os cetáceos, desempenhando agora um papel importante na investigação científica marinha devido à sua agilidade e facilidade de acesso a áreas mais difíceis.
Novos casos de estudo são agora possíveis, fornecendo imagens aéreas detalhadas que ajudam a compreender melhor o comportamento animal e contribuir para a conservação dos animais marinhos.
A AIMM usa o drone para recolher dados sobre mamíferos marinhos. Descobre abaixo como usamos esta tecnologia e quais outras potencialidades do seu uso em investigação marinha:
1. 1. Avaliar a resposta comportamentais de pequenos cetáceos à presença de drones (check here for more explanation).
2. Ecologia de cetáceos e observações/estudos de comportamento.
Os drones permitem aos investigadores observar os cetáceos de um ponto de vista aéreo, de forma não invasiva, sem causar perturbações aos animais, dado que os drones têm a possibilidade de manter uma distância segura. É uma vantagem no estudo comportamental, tal como interações sociais e padrões de migração. Também é uma mais valia na avaliação do tamanho do grupo.
Por exemplo, graças à nossa experiência de uso de drones na investigação marinha, tivemos a oportunidade de iniciar um novo projecto para avaliar os impactos das actividades de pesca nas populações de golfinhos no Pacífico Tropical Oriental. Para esta expedição adquirimos um novo drone, um modelo com câmera térmica! Os drones com câmeras térmicas são ferramentas poderosas para detectar ondas de calor vindas de cima. Têm a vantagem de detectar a presença e abundância de animais mesmo em condições de pouca visibilidade. Também pode identificar a temperatura exata da água.
3. Aumentar a consciencialização do público com imagens e vídeos de drones
Também utilizamos imagens de drones que captamos durante as nossas saídas de mar para alimentar as nossas redes sociais, de forma a aumentar a sensibilização e o envolvimento do público, graças às cativantes imagens aéreas que conseguimos através do uso de drones.
In 2021 AIMM joined Ocean Alliance during their SnotBot expedition to the island of Faial in the Azores to study a sperm whale population by collecting blow samples.
4. Drones podem recolher amostras de sopro
Tivemos a sorte de ser treinados por um dos maiores especialistas mundiais em recolha de amostras de sopro usando drones – os nossos colegas da Ocean Alliance. Esta forma de recolha de dados é muito recente e promissora, e é um dos avanços mais recentes na utilização de drones na investigação de cetáceos.
Recolher amostras de sopro com um drone é uma grande vantagem, esta técnica é menos perigosa para os humanos e menos invasiva para os animais. Substitui a recolha de sopro com uso a vara (que pode ser difícil e envolve aproximar-se muito perto) ou mesmo a necessidade de fazer biópsias. Isto permite-nos recolher e analisar vírus, ADN e hormonas de mamíferos marinhos.
Em 2021, a AIMM juntou-se à Ocean Alliance durante a sua expedição SnotBot à ilha do Faial, nos Açores, para estudar uma população de cachalotes através da recolha de amostras de sopro.
Estas próximas metodologias não são utilizadas pela AIMM, mas são actualmente utilizadas no campo da investigação marinha e não as poderíamos deixar de mencionar.
5. Utilização de tags em cetáceos
Como funciona? O piloto do drone voa o drone de forma a aproximar-se do cetáceo selecionado. Uma vez que o piloto coloca o drone na posição certa, o dispositivo de rastreamento é acionado e largado por cima do cetáceo, aderindo à sua pele através de um copo de sucção. O tag fica temporariamente no corpo do animal, cerca de 24 horas. Estes dispositivos podem recolher dados sobre a profundidade de mergulho, velocidade, orientação, aceleração ou desaceleração, temperatura da água e acústica do animal. São informações valiosas sobre a ecologia das espécies.
O uso de tags em cetáceos com recurso a drones representa um grande avanço na investigação marinha, proporcionando um método menos evasivo e mais eficiente, melhorando consideravelmente o processo de recolha de dados.
6. O poder da fotogrametria com drones
A fotogrametria é uma técnica utilizada na área de investigação de cetáceos, com uso de drones equipados com câmeras de alta resolução. Esta metodologia é usada para recolher dados sobre mamíferos marinhos, capturando imagens ou vídeos destes animais acima da superfície da água em vários ângulos.
Isto permite aos investigadores e biólogos medir as características morfológicas, tais como comprimento do corpo, dimensões das barbatanas e volume corporal. Fornece dados valiosos para o melhor conhecimento sobre a saúde e o estado dos animais. Também permite aos investigadores acompanhar a sua evolução ao longo do tempo. Imagens sobrepostas até permitem uma reconstrução detalhada do modelo 3D dos cetáceos.
No entanto, o uso de drones é regulamentado por leis (locais) rigorosas. O piloto necessita das licenças necessárias e devem ser adotadas práticas responsáveis para evitar qualquer impacto negativo nos mamíferos marinhos.
Por exemplo, um drone pode ir até 500 metros, mas legalmente o ponto mais alto que pode atingir é de 120 metros. Na AIMM subimos mais de 20 metros para ter uma visão geral do grupo de animais e não perturbá-los.
Os drones apresentam sérias vantagens, mas também algumas desvantagens, que podem reduzir de alguma forma o sucesso do projeto em diferentes maneiras.
| VANTAGENS |
DESVANTAGENS |
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Baixo impacto nos animais |
Nova tecnologia |
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Imagens HD de perspectiva aérea |
Aquisição cara |
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Observação detalhada do comportamento |
Requer piloto experiente e qualificado |
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Mais acessível de usar em campo |
Necessidade de uma grande capacidade de armazenamento de dados |
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E MAIS |
E MAIS |
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Facilidade de acesso a áreas difíceis |
Autonomia limitada (cerca de 30 minutos) |
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Recolha rápida de dados |
Dependência das condições climáticas |
Os drones podem ser excelentes ferramentas no estudo de cetáceos na natureza e contribuíram consideravelmente no desenvolvimento dos projetos de investigação mais recentes da AIMM. À medida que a tecnologia continua a evoluir, aparecerão desenvolvimentos ainda mais emocionantes na investigação e conservação de cetáceos com drones, e a AIMM pretende estar na primeira fila para experienciar isso!
Assista a estes dois vídeos de filmagens de drones que recolhemos durante as nossas saídas de barco! Aqui e aqui.